sexta-feira, 22 de julho de 2011

Entrevista Coletiva Blogga Rio - Chef André Leite

O que mais aprendi nesse um ano de Moça foi que é mega importante estreitar laços e nos permitir conhecer novos blogs, além de divulgá-los.



Faço isso sempre que possível e, dessa vez, o convite veio por meio da Andrea Potsch, do Blog Aromas e Sabores. Ela criou o projeto chamado “Entrevista Coletiva Blogga Rio”. Resumindo, os blogs participantes entrevistaram uns aos outros. Criou-se, então, uma corrente em que todos respondem as mesmas perguntas (sendo as duas últimas de autoria do entrevistador) das maneiras mais diferentes possíveis, rs.


Tive o prazer de ser entrevistada pela Carol, do blog Raiz de Gengibre. Please, visitem o blog e vejam a minha entrevista :P

E a honra de entrevistar um Chef que, além de ter um blog com conteúdo, culinaristicamente falando, enriquecedor, é uma pessoa que, assim como eu, não como Foie Gras. O André Leite do blog André Leite Gastronomia.




Bem, um presente inusitado e delicioso para vocês! Divirtam-se com a leitura...


Moça: Quando descobriu seu interesse pela culinária e como aprendeu a cozinhar?


AL: Sempre me senti atraído pela cozinha, em minha família muitas reuniões eram feitas em torno da comida. Muitas vezes ajudei a fazer o almoço, ou a fritar bolinhos. Mas me mantive afastado durante a preparação para minha carreira anterior... Quando estava ficando maduro profissionalmente, eu e alguns amigos do trabalho fundamos uma confraria informal que se encontrava todas as sextas-feiras para fazer demorados almoços em ótimos restaurantes. Daí até me tornar um cozinheiro profissional, e depois chef, foi só uma questão de tempo, estudo, e muito trabalho.


Moça: Você se lembra qual a primeira comida que fez na vida e como ficou?


AL: Durante a minha adolescência meus pais viajavam praticamente todos os finais de semana, e, sozinho em casa era preciso fazer alguma coisa... Desenvolvi uma espécie de farofa, misturada com picadinho, queijo e toda a sorte de ingredientes que eu encontrasse pelo caminho. Poderia ser chamado por alguém bem distraído de arroz de carreteiro, mas isso poderia até ser considerada uma heresia. Nas primeiras vezes ficou péssimo, mas com a “prática” até fazia certo sucesso com meus amigos.


Moça: Quando e porque você iniciou o (nome do blog)?


AL: André Leite Gastronomia
Há um ano e pouco atrás eu estava registrando algumas das minhas experiências profissionais, mas sem nenhum objetivo claramente determinado. No futuro, poderia se tornar um livro, ou alguma apostila sobre administração de cozinhas. Então um amigo me perguntou por que não produzir um blog, gostei da ideia. Daria vazão a minha imaginação e ao mesmo tempo serviria de material de apoio para minhas aulas. Então pus mãos à obra!


Moça: Qual sua maior motivação para continuar escrevendo o blog e o que lhe desmotiva?

AL: Tenho muito prazer em escrever, e como sou apaixonado por gastronomia, o tema só ajuda. Mas a minha maior motivação é publicar informações que normalmente não estão organizadas pela Internet. Quando eu era aluno de Gastronomia, sentia uma grande deficiência no material disponível para pesquisa: os textos não eram organizados para facilitar a pesquisa, sem links relacionados, e sem juntar assuntos correlatos. Estou tentando fazer isso! Mas o que me desmotiva... Ainda não cheguei nesse ponto! A adrenalina de postar um texto e esperar a repercussão é muito instigante para mim.


Moça: Se tivesse que se isolar em uma ilha deserta com somente cinco ingredientes quais escolheria e por quê?


AL: O primeiro ingrediente seria a pimenta, pois é praticamente impossível comer alguma coisa se não houver pelo menos algum traço desse condimento. Depois, a nossa misturinha tão brasileira: feijão e arroz, porque Gastronomia é mais do que apenas a comida em si, são as memórias e sentimentos transformados em refeição. Sal é o tempero básico. E vinho. A comida quase sempre precisa de um toque de álcool, e de todas as bebidas disponíveis acho o vinho a mais complexa.


Moça: Qual seu maior sonho gastronômico?


AL: O meu maior sonho é produzir um restaurante de alto nível, onde a comida seria aprovada pelos melhores degustadores, e o mais importante: sem qualquer ingrediente animal. Sem nenhuma placa avisando aos clientes de que se trataria de um restaurante vegano.


Moça: Qual o prato mais marcante que você já provou?


AL: Quando eu era adolescente, e morava com os meus pais, muitas vezes ao acordar no final de semana era hipnotizado pela comida do meu pai. Ele não é um cozinheiro profissional, mas é capaz de produzir pratos muito saborosos. Anos depois circulei por ótimos restaurantes, como cliente e como cozinheiro, mas a lembrança do tempero dele ficou marcada. Atualmente também sou professor de gastronomia, e provei, e provo muitas ideias boas de alunos talentosos. Mas, para chegar nesse nível de impacto, só mesmo uma costeleta de cordeiro assada com mel trufado e risotto de Grana Padano. Comi em um restaurante da Zona Sul, do Rio de Janeiro. Muito equilíbrio e pouca pretensão.


Moça: Qual alimento você jamais comeria? Por quê?

AL: Foie Gras e Vitelo. Sem falso moralismo, visto que já provei dos dois e conheço os sabores, não posso comer alguma coisa tão intimamente ligada a um ato de violência desse tamanho. É um total absurdo. É passar dos limites da ética pelo prazer, por mais incríveis que esses sabores possam ser. É possível produzir comida muito saborosa sem precisar de tanta agressividade, se alguém duvida, respondo com uma única palavra: “tartufo”.



Beijo, Moça.


Ah, os blogs participantes foram: Frango com Pequi, Panela do Muniz, Miss Strudel, Receitas Diahs, Cozinha Santa, Raiz de Gengibre, Moda Gourmet, André Leite Gastronomia e Moça do Brigadeiro.

2 comentários:

  1. Adorei a entrevista.Vcs sao uns doces. kkkkkkkkk Eu tb nao como foie grass e vitelo pelo mesmo motivo. Parabens e bjs. Bi Candido

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  2. Adorei a entrevista Thaís e André! Eu também não como foie gras e nunca tive coragem de comprar vitelo...
    bjs

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